quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

* * * Monitoria Negativa * * *



Nas últimas postagens falamos sobre as práticas chamadas de positivas, a monitoria positiva e comportamento moral. E começamos a refletir sobre as práticas negativas a punição inconsistente, a disciplina relaxada e hoje falaremos sobre a monitoria negativa.
Ela pode ser confundida pela monitoria positiva (ver Monitoria positiva) que ocorre quando os pais procuram acompanhar os filhos e se preocupam com eles, porém a monitoria negativa é caracterizada pelo exagero na fiscalização e excesso de instruções que os pais repetem sem alcançar êxito no seu cumprimento. Vou exemplificar: o filho adolescente vai ao shopping com um amigo e a mãe fica ligando a cada 10 minutos cobrando a sua volta para casa; ou o pai dá várias ordens ao filho, de forma hostil e severa, e o filho não cumpre nenhuma, e o pai ficam repetindo as ordens que continuam sem cumprimento. E neste clima familiar hostil, os relacionamento vão se tornando cada vez mais distantes, os pais ficam estressados e inseguros que pensam que estão educando, enquanto que os filhos evitam a proximidade, o diálogo e falar sobre suas particularidades.
Como conseqüência deste distanciamento pode aparecer comportamentos como mentiras, agressividade, o gazear aulas, ou seja, filhos que não respeitam a autoridade e não cumprem regras.


Se você se enquadrou neste perfil e seu filho tem atitudes como estas citadas no texto, procure orientações,  mande perguntas para o e-mail valeriasouza02@yahoo.com.br
que terei a maior alegria em responder.
Um abraço a todos...
 Matéria publicada originalmente no Jornal Atos & Fotos de Curitiba.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Disciplina Relaxada

É necessário colocar regras e limites para as crianças desde bem pequenas, pois esta ação faz parte da educação e possibilita o desenvolvimento moral, psíquico, afetivo e cognitivo da criança. Estabelecer limites não é tarefa fácil, mas muito mais complicado é mantê-los... Desta forma a disciplina relaxada caracteriza-se pelo não-cumprimento de regras estabelecidas, ou seja, os pais estabelecem regras que não são cumpridas.
Ocorre quando os pais ameaçam e no momento que são confrontados com comportamentos inadequados, agressivos ou opositores dos filhos, omitem-se ou se retiram. E a regra acaba não sendo cumprida. Este comportamento ocorre porque os pais sentem medo dos filhos, pois estes apresentam, muitas vezes, temperamento difícil, comportamento opositor e agressivo. Assim, com o passar do tempo, os pais deixam de monitorar os filhos, deixam de lado a função de educador. Como conseqüência os filhos não aprendem a respeitar regras e autoridades. A disciplina relaxada também pode ocorrer nas escolas, quando o professor estabelece regras e não as cumpre.
A criança ou adolescente que não cumpre regras e não respeita autoridade pode sofrer rejeições de colegas, professores e até dos próprios pais. Também podem se envolver com grupos com comportamento anti-social como delinqüentes (veja postagem O grande desafio). O que fazer então?
Estabeleça regras e sempre às cumpra; explique as regras; crie poucas regras, fáceis de serem cumpridas, e vá aumentando aos poucos; se o filho não cumprir a regra, escolha um castigo possível de ser cumprido, sem demonstrar a raiva; o castigo deve ser aplicado logo após o comportamento indesejado, mantenha o castigo; se a criança mostrar agressividade verbal ou física, não mostre medo, insegurança ou fraqueza. Pois caso isso ocorra fortalece agressividade da criança e ela passa a acreditar que através do comportamento violento poderá ter tudo aquilo que desejar. Seja firme, como está escrito na Bíblia “sim, sim, não, não”.
 Matéria originalmente publicada no Jornal Atos e Fotos em novembro de 2010.

sábado, 13 de novembro de 2010

Punição inconsistente

                                             

Nos últimos dias falamos sobre as práticas que os pais devem ter,  chamadas de positivas, a monitoria positiva e comportamento moral. Porém existem aquelas que, mesmo sem perceber os pais acabam tendo: são as chamadas de negativas. Vamos começar com a chamada “punição inconsistente” algo que acontece muito, observe: você pai ou mãe está muito feliz. Nos últimos dias tem recebido boas notícias, quem sabe um aumento de salário, seu time do coração venceu o campeonato ou teve aquela merecida promoção no trabalho. E seu filho comete algo errado, talvez até grave, mas como o seu humor está ótimo, você acaba “deixando para lá”. Porém no outro dia, você teve uma discussão no trabalho, passou muito tempo num trânsito difícil, ou a mulher está passando pelo período de tensão pré-menstrual. E seu filho comete o mesmo erro ou menos grave que no dia anterior. E então sob a raiva ou até mesmo sob um descontrole emocional, o castigo para a criança será talvez “dolorido” ou severo.  O que você estará ensinando para seu filho nestas circunstâncias?  A criança aprende a discriminar, a conhecer o estado de humor dos pais e não a discriminar o comportamento inadequado que cometeu, não aprende o que é certo ou errado e continua sem saber quais comportamentos são esperados delas. Você pai ou mãe precisa também discriminar seu humor e reconhecer que ele altera o seu comportamento, a sua disposição para a agir.

Matéria originalmente publicada no Jornal Atos e Fotos em outubro de 2010.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Comportamento Moral II



Virtudes



 
Em todas as culturas há a necessidade de pensar e julgar características humanas comumente conhecidas como virtudes e elas estão presentes tanto em adultos como em crianças. Virtude é a qualidade própria para que se produzam certos efeitos, características e propriedades. Por exemplo, a virtude da faca é cortar, do remédio é tratar e do homem é agir humanamente. Virtudes apontam para qualidades apreciadas, admiradas e almejadas. O filósofo Aristóteles já dizia que virtude é uma disposição para fazer o bem, mais ainda é o próprio bem. As virtudes têm relevância humana por referir-se a valores desejáveis, mas também adentram no universo moral.



As virtudes não necessitam de explicações, por exemplo, devemos ser bons porque bondade é um valor, honestos porque honestidade é um valor e assim por diante com outras virtudes como a solidariedade, tolerância, piedade que têm um caráter natural, universal e obrigatório em nossa existência.
As principais virtudes são: polidez, fidelidade, prudência, temperança, coragem, justiça, generosidade, compaixão, misericórdia, gratidão, humildade, simplicidade, tolerância, pureza, doçura, boa-fé, humor e amor. As virtudes podem ser ensinadas principalmente através de modelos de identificação adequados como exemplos, histórias como fábulas (narrativas cujo término há sempre a moral da história).

Sugestões de livros para crianças: “A cigarra e a formiga”, “O leão e o camundongo”, O pastor brincalhão”, “A lebre e a tartaruga”, “A raposa e as uvas”, “Os músicos de Bremen”, “O pássaro dourado”.

Matéria originalmente publicada no Jornal Atos e Fotos em setembro de 2010.

sábado, 23 de outubro de 2010

Comportamento Moral 1

A família é o primeiro ambiente do qual a criança faz parte, é onde ela aprende os primeiros valores. A internalização dos valores morais é adquirida através de um processo de discriminação do certo e do errado. O contato com as normas e valores acontece na interação com outras pessoas, sendo que geralmente são os pais que as transmitem. Num exemplo, uma criança ainda bem pequena, que começa a andar e vai mexer numa tomada elétrica e a mãe diz: “NÃO”, a criança cresce internalizando o que pode ou não, de acordo com as regras da sociedade.
Durante este processo, existem dois fatores muito importantes para que o comportamento moral seja internalizado. O primeiro é o sentimento de culpa, deve acontecer quando a criança comete alguma infração e consegue perceber que fez algo errado, gerando sentimentos desagradáveis. Ela só consegue com a ajuda de outra pessoa através da conversa.

O outro fator é a empatia, que é a habilidade de se colocar no lugar do outro, caracteriza-se por sentimentos de preocupação, compaixão e solidariedade pelo outro. Num exemplo, se a criança dar um “empurrão”  e o colega cair. A mãe, o pai ou a professora pode questionar a criança “e se fosse você que tivesse caído? Sentiria dor? Que sentimentos teria? Gostaria de estar no lugar do que caiu? Você poderia ter resolvido seu problema de outro modo?”
Hábitos como a leitura de fábulas que são narrativas, cujo término há sempre a moral da história facilita a compreensão das virtudes como à compaixão, a simplicidade, o amor, a justiça, a gratidão entre outras. O uso das palavras mágicas como “bom dia!” “Com licença!” “Obrigado!” É a expressão das regras mínimas de relacionamento aceito e valorizado, pelo bom contato social, conhecidas como boas maneiras são importantes e devem ser ensinadas quando a criança começa a se comunicar.
Tudo isso deve ocorrer num ambiente onde a confiança é valorizada e respeitada principalmente pelos pais da criança. Lembrando do velho ditado "uma grama de exemplo vale mais que uma tonelada de conselhos"


Matéria originalmente publicada no Jornal Atos e Fotos em agosto de 2010.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Monitoria Positiva



A monitoria positiva é o mesmo que acompanhar os filhos, não somente no sentido físico, mas também no sentido emocional. Não é a fiscalização exagerada e sim a demonstração de interesse. É a preocupação equilibrada por seu filho (onde, com quem e o que está fazendo?); é apoiar as iniciativas das crianças; é elogiá-las; é estar disponível; é ser empático. É além de tudo, demonstrar que o filho, seja ele criança ou adolescente é amado, querido, importante e capaz.  Quando você demonstra interesse pelos assuntos de seu filho e o acompanha informa que ele que é amado. E ser amado é base sólida para a construção de uma pessoa segura e feliz. A atenção dos pais para aspectos positivos do comportamento do filho, inibe o desenvolvimento de aspectos negativos. Além disso, a relação entre pais e filhos passa a ser de confiança, pois a criança sabe que pode junto com seus pais resolver seus problemas e compartilhar de suas alegrias e conquistas. Quando o filho faz algo errado a sua atenção deve ser chamada em particular. Em conversa sincera, os pais devem expor os valores morais da família e juntamente com o filho procurar formas de reparar o dano que ele causou. Este conjunto de atitudes proporciona a reflexão e a autocrítica. A monitoria positiva inibe comportamentos anti-sociais e aumenta a auto-estima da criança.

 Matéria originalmente publicada no Jornal Atos e Fotos em julho de 2010.

domingo, 17 de outubro de 2010

Educação na família




Do ponto de vista dos pais, o que é educação?
 Que comportamento os pais devem ter perante seus filhos?

A educação é um processo de estabelecer limites, deve ser realizado com amor, pois limite também é uma expressão do amor dos pais. Quando você ama, você assume a responsabilidade de proporcionar o crescimento de todos os aspectos na vida do outro, seja, físico, intelectual, moral, emocional, etc. Então, educar é um processo árduo, exige trabalho, paciência, firmeza, mas tudo deve ser dosado com amor. E é responsabilidade do casal e não somente da mulher, como já foi no passado.
Mesmo sem perceber os pais adotam uma forma de lidar e educar os filhos, que pode ser chamado de estilo parental. Estilo parental é o conjunto das atitudes dos pais que cria um clima emocional em que se expressam os comportamentos dos pais, os quais incluem as práticas diárias de educação
(positivas ou negativas) e outros aspectos da interação pais-filhos como tom de voz, linguagem corporal, cuidado/descuido, mudança de humor, etc.
Já as práticas parentais correspondem a comportamentos com conteúdos específicos e com objetivos de socialização. São estratégias com o objetivo de suprimir comportamentos considerados inadequados ou de incentivar a ocorrência de comportamentos adequados.

Matéria originalmente publicada no Jornal Atos e Fotos em junho de 2010.

sábado, 16 de outubro de 2010

O grande desafio



Manchetes de vários jornais da cidade afirmam o número crescente da violência em Curitiba e região metropolitana. A violência toma proporções e invade todo e qualquer lugar. Está nas ruas, nas escolas e universidades e até força a porta para entrar em nossos lares. A angústia e o medo tomam conta das pessoas. Muitos querem explicar qual a origem da violência, seria a impessoalidade das relações, a falta de estrutura familiar ou o crescente consumo de drogas?
O que um pai ou uma mãe pode fazer para proteger seu filho? Para evitar que seu filho envolva-se com as más companhias? Quando deve se preocupar com questões como estas?
A preocupação e cuidado deve começar a partir do nascimento, pois a criança precisa de cuidados para sua sobrevivência e socialização. O sistema familiar deve ser a maior fonte de proteção, segurança, afeto, bem-estar e apoio para a criança, pois é o primeiro ambiente pela qual a criança participa ativamente, através de relações face a face.
Os pais são responsáveis para oferecer todos os cuidados, incluindo recursos materiais e emocionais. Também são responsáveis pela socialização através de modelos e práticas parentais, desta forma contribuem para o desenvolvimento do comportamento anti-social ou do comportamento pró-social.
            O termo comportamento anti-social refere-se a todo comportamento que infrinja regras sociais, ou seja, uma ação que prejudica outras pessoas ou a si próprio, como por exemplo, ausência escolar, agressividade, oposicionismo, desobediência, baixo controle de impulsos, temperamento exaltado, fugas, roubo, apresentados com muita intensidade e freqüência.
O comportamento pró-social inclui uma ampla classe de comportamentos que são benéficos para o próprio individuo e para outras pessoas, ou seja, é importante para a harmonia e o bom funcionamento da sociedade, desta forma a criança deve saber quando, onde e como se comportar adequadamente. É percebido pelo uso das habilidades sociais e também pelo comportamento moral da criança. Uma pessoa habilidosa socialmente é capaz de iniciar e manter conversações; falar em grupo; expressar amor, afeto e agrado; defender os próprios direitos; solicitar favores; recusar pedidos; fazer e aceitar cumprimentos; expressar as próprias opiniões, mesmo os desacordos; expressar justificadamente quando se sentir-se desagradado; saber se desculpar ou admitir falta de conhecimento; pedir mudança de comportamento do outro e saber enfrentar críticas recebidas, entre outros.
 Os valores morais, o uso das virtudes (tolerância, humildade, amor, polidez, compaixão, prudência), a empatia (colocar-se no lugar do outro) convergem para o comportamento moral.


Matéria originalmente publicada no Jornal Atos e Fotos em Curitiba (maio de 2010).